terça-feira, 30 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"Para o otimista cada nova complicação é
uma nova oportunidade. Para o pessimis-
ta, cada nova oportunidade é uma nova
complicação."

(Içami Tiba)

Wanderley Elian

Assembléia na Carpintaria


Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembléia. Foi uma reunião das ferramentas para acertar suas diferenças.
O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo o tempo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro, que sempre media os outros segunda a sua medida, como se fosse o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel. Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
- Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentremo-nos em nossos pontos fortes.
A sessembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato.
Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.
Ocorre o mesmo com os sers humanos. Basta observar e comprovar. Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa. Ao contrário, quando se busca a sinceridade e os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas, são construídos os bens necessários à vida e ao exercício pleno dos direitos de cidadania.

Ana Maria Gonçalves . Palavras Encantadas

Wanderley Elian

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"Purifica o seu coração antes de permitires que
o amor entre nele, pois até o mel mais doce
azeda num ricipiente sujo."

(Pitágoras)

Wanderley Elian

Poema


Na primeira noite
eles se aproximam
e colhem uma flor
de nosso jardim
e não dizemos nada.

Na segunda noite,
já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dizemos nada,
já não podemos dizer nada.

Maiakowsky

Wanderley Elian

domingo, 28 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"O pé que dá fruta é o que mais leva pedrada."
(autor desconhecido)

Humor




Wanderley Elian

Volúpia


No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
 
A sombra entre a mentira e a verdade...
A núvem que arrastou o vento norte...
--- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
 
Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
 
E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Florbela Espanca                           
Wanderley Elian

sábado, 27 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"A sinceridade não é dizer tudo o que pensa, mas
crer em tudo que se diz."

(Tito Lívio)

Wanderley Elian

Indicação literária


Título: A menina que roubava livros
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Tradução: Vera Ribeiro

Sinopse:
Sendo narrada pela morte, o livro conta a história de Liesel, uma menina que se encontrou com a narradora por diversas vezes ao longo da vida. A história se passa na Alemanha nazista e Liesel tem que saber quardar um segredo.

Wanderley Elian

Na Ilha por vezes habitada


Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.

José Saramago

Wanderley Elian


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são duas
soluções igalmente convenientes; ambas dispen-
sam a necessidade de reflexão."

(Henri Poincaré)

Wanderley Elian

Meu Amigo


Meus olhos viram tantas vezes
as mesmas coisas que os seus:
água
mata
estrelas
a beleza repartindo-se entre o dia e a noite
a morte
a pobreza.
Vibrou meu coração juntamente com o seu
redescobrindo o mundo pelo avesso.
Sentimos juntos a raiva queimando nosso peito
impotentes frente à dor alheia
as injustiças sociais
a prepotência.
Seguiram meus pés seu caminhar
e prosseguem agora abrindo o caminho incerto.
Juntos fizemos poemas nunca escritos
e já nem sabemos quais os seus e os meus versos
aprendemos a amar o mesmo povo
e ele abençoou-nos com o mesmo beijo.
Tevemos sonhos comuns
e comuns são nossos mortos.

Adaptado de Paulo Gabriel

Wanderley Elian

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"É preciso grande sabedoria só para perceber a extensão da própria ignorância."

(Thomas Sowell)

Wanderley Elian

Jazz


Deixa subirem os sons agudos, os sons estrídulos
do jazz no ar.
Deixa subirem: são repuxos, caem...
Apenas ficarão os arroios correndo sem rumor
dentro da noite.
E junto a cada arroio, nos campos ermos,
Um anjo de Pedra estará postado.
O Anjo de Pedra que está sempre imóvel por detrás
de todas as coisas.
Em meio aos salões de baile, entre o fragor das
batalhas, nos comícios das praças públicas
E em cujos olhos sem pupilas, branco e parados,
Nada do mundo se reflete

Mário Quintana
Wel.



quarta-feira, 24 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"Vivemos com o que recebemos, mas marcamos a vida com o que damos."

(Winston Churchill)

Noite de São João


Senti, ao ver-te passar,
qual noite de São João.
Foguetes no teu olhar,
fogueira no meu coração.

Serra
Wel

terça-feira, 23 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"Que pena que os homens não podem trocar
seus problemas. Todos sabem exatamente
como resolver os problemas dos outros."
(Olim Miller)

Depois que eu morrer


Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a
minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e da
minha morte.
Entre uma e outra coisa todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar,
porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um
acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas
diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compeender isto com o pensamento seria
achá-las todas iguais
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.

Fernando Pessoa
Wel

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"A morte não é a maior perda da vida.
A maior perda da vida é o morre den-
tro de nós enquanto vivemos."
(Pablo Picasso)

Solidão


Sem ti
Senti solidão,
E quando me vi
sem você,
Não soube o que
fazer comigo
Wanderley E. Lima.



domingo, 21 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"Vencer não é tudo na vida. Querer vencer é."

(Marcelo Saraiva de Freitas)



Indicação literária


Título: O Tudo o Nada
Autor: Carlos Heitor Cony
Editora: Publifolha
408 páginas.

Comentário:

"O livro reúne as 101 melhores crônicas de Carlos Heitor Cony, publicadas entre 1999 e 2004, no caderno "Ilustrada" da Folha de S.Paulo. Selecionados pelo próprio Cony, "sem ordem lógica ou cronológica", são pequenos contos, resenhas, crônicas de costumes, esboços de ensaios e anedotas. Em cada página, o leitor encontrará o estilo característico de um dos maiores nomes da literatura brasileira da atualidade, ganhador dos principais prêmios e membro da Academia Brasileira de Letras."
Fonte: Publifolha

Estou cansado


Estou cansado, é claro
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serve sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói, como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto no dá.
Que a final a cabeça sempre serve para qualquer coisa.
Álvaro de Campos
Wel


sábado, 20 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"A busca infinita à felicidade nos priva de vivê-la a cada dia..." (Elba Lucas)



Morre lentamente...


"...Morre lentamente
quem abandona um projeto
antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto
que desconhece ou não responde
quando lhe perguntam sobre algo
que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que
o simples ato de respirar.
Sómente a perseverança fará com que
conquistemos um estágio esplêndido
de felicidade..."

Pablo Neruda
Wel

Acredite se quiser

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"As leis são como as teias de aranha; caem nelas os pequenos insetos, os grandes atravessam-nas."
(Ana Charsis)

Ismália


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava longe do céu...
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar. . .
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma, subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
Alphonsus de Guimaraens
Wel


quinta-feira, 18 de junho de 2009

Reflexão do dia:

"Mais vale a lágrima da derrota, do que a vergonha de não ter lutado, por isso lute por tudo aquilo que sonhaste, mesmo que te custe uma lágrima derramada!"

(autor desconhecido)


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