Há quem descreia no amor entre dois homens e haja, por isto, desistido de protagonizá-lo. Trata-se de uma descrença resultante, certamente, da observação de situações alheias e, possivelmente, de decepções pessoais, cujo efeito é o da desesperança em relação a novos amores. Há, nisto, um pessimismo que os fatos desmentem ou, ao menos, mitigam.
Em resultado da homofobia instalada como padrão psicológico nas sociedades ocidentais, dentre elas a brasileira, a maior parte dos homossexuais, até aqui, achou-se na impossibilidade de amar abertamente, ao mesmo tempo em que, manifestando-se a sexualidade ao longo da vida e correspondendo a uma necessidade permanente, muitos gueis exerciam-na como expressão única da sua condição homossexual, o que lhes gerou uma promiscuidade célebre, caracterizada pela pluralidade de parceiros, pela ausência de afetividade entre eles e pela busca exclusiva da volúpia: não podendo amar, restava-lhes o transar.
As gerações pretéritas, e dentre as atuais, as dos indivíduos que contam, hoje, cerca de trinta anos para mais, foram condicionadas, pelo meio homofóbico, a reprimir a sua natureza, quero dizer, a frustrar a sua sexualidade e a privar-se de amar.
Esta última particularidade resultou em que muitos homens não experimentaram o amor, não aprenderam a estabelecer compromissos afetivos a sério, não idealizaram uma vida a dois, não adquiriram o valor da fidelidade, não puderam estabelecer uma comunhão com quem amassem: da maioria dos integrantes destas gerações não se pode esperar relacionamentos sérios nem duradouros: em relação a eles, a descrença na felicidade a dois pode justificar-se.
Todavia, o preconceito e a promiscuidade vem se alterando, rapidamente, nos últimos poucos anos: há menos homofobia e mais aceitação; de conseqüência, mais liberdade de ser homossexual, ou seja, de exercer a sua sexualidade como uma prática normal e sadia, psicológica e fisicamente, e de amar, como uma expressão da natureza emocional de cada um.
Entre o amor heterossexual e o homossexual, não há diferença para mais do sexo dos envolvidos: em si, o fenômeno é rigorosamente igual. Em ambos, há atração, encantamento, carinho, anseio por compartilhar cada qual da vida do outro; em ambos, encontram-se os mesmos problemas: ciúme, traição, insegurança, desencanto, separações; em ambos, as mesmas virtudes: fidelidade, companheirismo, adaptação mútua, seriedade, realização afetiva, felicidade.
Nesta época de maiores aceitação e liberdade, os homossexuais, em especial os jovens, enfrentam menos problemas, desfrutam mais do seu corpo e (de longe o mais importante), muitos moços procuram realizar-se afetivamente. Daí multiplicarem-se os casais juvenis, antanho inexistentes, em que aos envolvidos repugna a promiscuidade e em que a volúpia é secundária, animados pela procura de uma relação estável e sincera com uma pessoa fiel, no ideal de vidas por partilhar, segundo as preferências individuais de idade e temperamento.
Há, em curso, uma evolução dos costumes, por efeito de uma modificação das mentalidades e como causa de adaptações nas instituições, a exemplo do casamento guei, em perspectiva no Brasil e já adotado em outros países.
O amor entre iguais existe, já, entre os jovens e existirá, crescentemente, sobretudo entre eles e (conquanto em proporção menor) entre os mais velhos, o que vem provocando uma alteração bem-vinda e acelerada na psicologia dos homossexuais moços, face ao anseio de muitos deles pela afetividade e ao esforço pela sua realização, progresso importante no sistema de valores vigente no meio guei: a felicidade de dois homens entre si corresponde a um objetivo cada vez mais alcançável e merecedor da tentativa dos interessados nele.
Arthur Virmand de Lacerda Neto
Wanderley Elian
a texto que deixou aqui hoje, tem razao, sempre achei que a maioria so querem sexo sem compromisso, nao conseguem manter um relacionamento saudadel e cincero, acho isso pessimo, pois acredito que pode sim ter um amor cincero, quando estou com alguem nao traio, se passa coisas na cabeça, logico que sim afinal somos humanos, procuro ser o mais companheiro possivel, as vezes gosto mais de ver a felicidade da pessoa do que da minha, pena que muitas vezes nao valoriza, enfim este texto falou tudo, ja passei poucas e boas, agora to tranquilo
ResponderExcluirum abraço meu amigo!
Amor é sentimento. Como tal, não sabe o que é preconceito. A natureza do amor é nobre como a dos anjos e, que eu saiba, anjos nem têm sexo.
ResponderExcluirDepois de quase seis décadas, e em pleno terceiro milênio, quase não posso acreditar na (nem tampouco aceitar a) existência de preconceitos de qualquer espécie. Nem o homem primitivo era tão... primitivo.
Bjs e inté!
O amor existe em qualquer situação. Independente de orientação sexual, religiosa e esportivas. Qualquer pessoas iguais ou diferentes podem amar, sim!
ResponderExcluirQuem for contra, F.d.-se!
Abraços.
O amor é um sentimento infinito, assim como estrelas e o céu, não cabe nele a agonia do preconceito...belo texto...abraços e uma otima semana.
ResponderExcluirAssunto polêmico. Espero que um dia deixe de ser polêmico.Eu acho que o que não deve haver é a banalização, o exagero, o escândalo. E isso digo em qualquer situação.Gosto muito de mulher, mas acho um absurdo a super exposiçao de bundas na tv.Uma pessoa que aprendi a admirar, já pouco antes de sua morte é o Clodovil. Ele dizia sobre isso. A pessoa pode ser gay e ser uma pessoa comportada,trabalhar normalmente, frequentar lugares etc,discretamente. Grandes nomes da humanidade eram gays e nem por isso escandalizavam. O gay não tem que procurar ser igual mulher,vestir saia.Nem a lésbica querer parecer homem.Isso é falta de identidade, de personalidade. O gay tem que se respeitar para ser respeitado. Claro e respeitar os hetero também. Tive amigos gays e nunca me cantaram, porque sabiam que não era minha preferência.Acho bacana é isso. Sobre o amor entre iguais, acho perfeitamente possível, são pessoas e pessoas têm sentimentos.Isso é discussão pra vida toda.Ainda tem o lado bíblico que é complexo, mas o próprio Jesus mandava acolher a todos e não julgar ningume,.Um abraço e parabéns pelo tema.
ResponderExcluirWanderley,
ResponderExcluirAcho que hoje em dia não tem mais espaço para preconceitos, seja quais forem...abraço sempre as causas pelas quais acho justa, e o amor entre iguais é uma delas, pois sendo amor, é o que importa!
Grande beijo e ótima semana!!!!
Reggina Moon
interessante a contextualização feita, mas discordo da questão posta de que a geração q conta com mais de 30 anos foi excluída da possibilidade de amar e vivenciar este amor ... os fatos mostram exatamente o contrário ... ou estou errado?
ResponderExcluirbjux
;-)
só quem se dispõe a evoluir, vê que o diferente não é uma ameaça, é só uma nova forma de ver e de sentir. bjs
ResponderExcluirBelo texto amigo.
ResponderExcluirTodo o amor vale a pena, todo o amor vale amar...
Pena que ainda existe preconceito, mas está cada vez diminuindo mais.
O importante é ser feliz, cada um da maneira que quiser e bem entender.
Beijos
Tenha um lindo dia!
O amor não tem preconceitos e sim pessoas que não sabem lidar com fatos reais e lógicos.O ter amor entre iguais é um sacudir, para quem ainda sente preconceito de si mesmo. A vida é para viver seja qual for a escolha feita.Com o verdadeiro amor,rompem-se barreiras,derrubam preconceitos e ter mais respeito é algo que falta em muitos relacionamentos em comuns,sejam entre sexos iguais ou opostos.
ResponderExcluirAmor é amor e pronto, independe de sexo.
ResponderExcluirSerá todo homofomo um inseguro mas suas posições assumidas?
Será que nele não há uma dúvida quanto a sua própria sexualidade?
Pensemos.
ABs
Acho que nuca li nada são bonito, puro, simples e acertado acerca do amor.
ResponderExcluirO texto dispensa comentários. Adorei.
Bju e feliz semana
Toda forma de amar é muito bem vinda, acho que isso resume tudo.
ResponderExcluirBoa semana querido.
Abç
o amor é a verdadeira razão das nossas vidas. bj
ResponderExcluirWanderley
ResponderExcluirO meu livro de Natal é para mim ...Magia...Espero que ao lerem um pouco do que vou deixando... sintam o mesmo
eu Gostava de sentir todas as crianças a terem sempre Natal
um beijo
MENSAGEM DE NATAL
Natal
Do menino negro
Que é igual
Ao menino branco
E o menino negro
Ao ser amamentado...
A sua Mãe
Também Negra
Alimenta-o
Dá-lhe o seu leite
Leite de Negra
Que é apenas
Leite Branco!...
LILI LARANJO
Olá Wanderley, belo texto! Vitor Hugo, lá do alto de sua sabedoria, disse: "A maior felicidade é a certeza de sermos amados apesar de ser como somos".
ResponderExcluirUm beijo e parabéns pelo post!
Quando Há amor verdadeiro, não importa as diferenças...ele suporta qualquer preconceito.
ResponderExcluirtenha uma ótima terça.
bjs querido..
Texto maravilhoso... mesmo!
ResponderExcluirQuantas verdades expostas de forma tranquila, respeitosa... é uma análise imparcial e desprovida de preconceitos...
...fiquei muito feliz em ler tudo isso, trata-se de algo otimista comparado com a maioria dos textos que abordam o assunto, que geralmente trazem uma carga muito pesada, um ranço odioso que mesmo sem muito fundamento, tenta se posicionar como verdade absoluta e imutável!
Como bem diz Arthur Virmand, o tempo vai passar, as gerações se alternarão e os ditos 'tabus' atuais poderão finalmente perder força ... é por isso que torço e acredito!
Chega de condenações, basta de discursos religiosos exaltados, cheios de ódio, de intolerância... que a vida possa ser boa e livre para todos!
Gostei muito do texto... indicarei no meu blog!
Jr.
Que texto interessante, Wan... Sempre fiquei pensando no porquê da "promiscuidade" de alguns gays e este texto me fez refletir sobre suas possíveis "causas"...
ResponderExcluirMas creio que hoje em dia, tanto heterossexuais quanto homossexuais, banalizam o sexo e desejam relacionamentos sem muito envolvimento emocional... Esta questão independe de opção sexual...
Beijos!!
Acho que o preconceito está bem menor, graças às passeatas. Quando aparece aquela multidão na TV, acredito que são poucos, os que não refletem sobre... e cada vez, compreendem mais.
ResponderExcluirUm grande abraço, amigo Wanderley.