terça-feira, 3 de novembro de 2009

Amor Platônico. Quem nunca teve um?


Atire a primeira pedra quem nunca teve um amor platônico. Primeiro, vamos a definição. Amor platônico é aquele que nunca se concretiza, que fica apenas na idéia. "Platônico" vem de Platão, justamente porque o filósofo grego acreditava na existência de dois mundos: o das idéias, onde tudo seria perfeito e eterno e o mundo real, finito e imperfeito, uma cópia mal-acabada do mundo ideal.

A INTERNET remete a esse mundo ideal citado por Platão, onde tudo pode ser perfeito, com a Internet o acesso ficou mais fácil, mais rápido e mais seguro. Inclusive por parte dos adolescentes que, em muitos casos, passam anos esperando pela realização de um amor idealizado numa fase normal da vida, de amadurecimento afetivo e de busca de inserção, quando se apaixonam por um professor ou por um artista.

O amor platônico revela uma dose de imaturidade emocional, à medida que nunca experimenta os limites e as frustrações de uma relação concreta. Psiquicamente, ele reproduz o amor infantil pelos pais, vistos como figuras perfeitas e supervalorizadas. O amor platônico é sempre casto. Como toda experiência amorosa, ele também pode servir ao auto-conhecimento já que estimula a reflexão sobre os motivos que impedem a pessoa de ter uma relação madura consigo mesma e com o outro. Em muitos casos, os adolescentes passam anos esperando pela realização de um amor idealizado. É a fase de amadurecimento afetivo, quando se apaixonam por um professor ou artista.

Para que sejamos capazes de dar amor, é preciso amar a si mesmo. É importante a experiência do estar apaixonado. Nada como conviver com alguém de quem gostamos, mesmo que seja para tentar se tornar uma pessoa melhor: menos egoísta, mais tolerante, mais generoso. Amar é fazer pequenas concessões em nome de algo maior.

O amor platônico e as mulheres

Normalmente, o amor platônico está envolvido com o MEDO de descobrir as imperfeições. Ou pior, o medo de nem haver a possibilidade de descobrirmos tais imperfeições. O problema é que sonhamos e sonhamos demais. Por exemplo, aos 20 anos, sonhamos com o ídolo pop, um professor e, aos 40 anos, o objeto do amor platônico é uma fantasia, um ideal de relacionamento, um ideal de "homem"; ou até mesmo uma pessoa "proibida" como o marido da melhor amiga, o cunhado...

Muitas vezes, o amor platônico acaba por nos incapacitar de criar elos possíveis de relacionamento já que ele nos "protege", a gente pode se esconder por trás dele, sim pode ser sinal de auto-estima baixa, falta de confiança, insegurança.

O amor platônico revela uma dose de imaturidade emocional, à medida que nunca experimenta os limites e as frustrações de uma relação concreta. Algumas vezes pode ser "fuga da realidade" uma proteção para o "não sofrimento" a não exposição, não correr riscos...

Às vezes confundimos um "amor ideal" com "amor platônico". O amor ideal é aquele que idealizamos, é o amor romântico. Esse tipo de amor pode evoluir para o "platônico". Quando esse tipo de sentimento vira obsessão, quando não se pensa em outra coisa ou quando se abre mão de um relacionamento real ou quando não se cogita outras possibilidades e fica-se restrito a este universo, é preciso buscar ajuda. Por mais difícil e até complicada que seja a realidade é nela que nos relacionamos. É na realidade que vivemos e é nela que precisamos aprender a nos relacionar.

Fonte: Katia Cristina Horpaczky - Psicóloga


Wanderley Elian

22 comentários:

  1. A convivência é altamente necessária para que algumas certezas sejam concretizadas ou não.
    E isso nos é privado (por escolha própria) quando o amor por sua vez é denominado platônico. Acredito que um "quê" desse amor faz com que um dia acordemos para, de fato, um verdadeiro amor, por justamente já saber exatamente a diferença.
    Não gostaria que sumisse do meu Outono, é possível?
    Deixo-te algumas de minhas folhas.

    ResponderExcluir
  2. Interessante.
    Já passei por isso de amor platônico, e talvez eu esteja passando agora mesmo, nem eu sei. Pra mim é uma merda que sou carente.
    Mas o final do texto é o mais importante:
    "Por mais difícil e até complicada que seja a realidade é nela que nos relacionamos. É na realidade que vivemos e é nela que precisamos aprender a nos relacionar."
    Abço

    ResponderExcluir
  3. Por vários e vários amores platônicos já passei na vida, começou lá atrás na antiga escolinha pública com primeira professora, platônico e inocente. Já adulto passei por alguns tb, "éramos como duas estátuas, em um jardim, nos admirávamos e nada mais podíamos fazer."
    Abs amigo.

    ResponderExcluir
  4. O ser humano sempre idealiza ou vive o amor platônico. Está sempre projetando a pessoa certa,perfeita, ideal. Todos sonham com amor de cinemas, das carruagens etc.Quem ama está fadado ao platonismo. Se for para amar sem sonhar com um lindo amor, não adianta amar. Não estou crriticando o texto, é apenas uma constatação, uma opinião minha e não precisa ser exatamente verdade também. Um abraço e ótima semana,amigo

    ResponderExcluir
  5. Eu tbm já tive um amor platônico, sofri muito... idealizei, me iludi e no fim nem sei se ele era tudo aquilo mesmo, provavelmente não.

    Adorei o texto.
    Beijos querido! e ótimo dia!

    ResponderExcluir
  6. SEi não meu amigo, é complicado isso, sei que existe por ai, na net principalmente, mas acredito que para ter um amor, amor mesmo, a gente precisa daquela convivencia, da rotina, o viver junto, problemas, coisas boas, isso tudo faz e fortifica um amor, acretido tambem qeu na maioria dos platonicos que a net diz, possa ser um encantamento momentaneo, tipo paixão, mas é só uma opinião, cada coração tem sua forma de amar....abraços e uma bela semana pra ti.

    ResponderExcluir
  7. perfeita a contextualização ... sentimentos platônicos só cabem na adolescência ... depois despi-se de qualquer sentido ... a vida e os sentimentos tem que se pautar pela realidade.

    bjux

    ;-)

    ResponderExcluir
  8. Nossa, me trouxe a lembrança de alguns amores platônicos esse texto.
    Quando passa, fica facil ver o quanto estavamos enganados, e o sofreimento desnecessario vivenciado.
    Otima reflexão!
    Beijos

    ResponderExcluir
  9. quem nunca teve???
    Otima reflexão!
    Abraços!

    ResponderExcluir
  10. Já tive vários amores platônicos, quando menina de 10 anos, depois já com meus 20 e poucos anos e até agora nesse momento tenho um amor platônico...rs.

    Mas isso tudo passa, e o que fica realmente são os amores compartilhados, vividos, sentidos bem pertinho um do do outro.

    Beijos Wanderley

    ResponderExcluir
  11. Querido!!! bela escolha no Texto..

    Acho que nessa vida, todos nós um dia já tivemos um amor Platônico, nele, temos duas certezas: O sonho e a realidade...

    Tenha um ótimo dia !
    Bjs

    ResponderExcluir
  12. Ausente-se quantas vezes julgar necessário desde que não seja em definitivo.
    Linda tuas palavras em minhas estação, como sempre.
    Minhas folhas secas pra ti com todo carinho e respeito.

    ResponderExcluir
  13. Ja tive sim, acho que todo mundo ja teve...

    enfim passou, um abraço!

    ResponderExcluir
  14. ps: no seu comentario...

    a melhor coisa que vai acontecer hehe, temperinhos frescos ao meu alcanse na hora do almoço vo fica assim o :)

    ;)

    ResponderExcluir
  15. Vim conhecer o teu blog.
    Gostei do q li.
    Concordo q todos já tiveram um amor platônico, bem, é o q eu acredito.
    Qd criança era apaixonada pelo professor de outra turma...hehehe
    Tenhas uma ótima semana.
    Um grande abraço.

    ResponderExcluir
  16. Sempre comparei o amor platônico como um trovador, que fazia suas canções para as mulheres amadas fora da sua realidade, impossíveis de alcançar, de tê-las. De qualquer forma só dá pra saber se é amor real quando nos amamos e nos entregamos. Só convivendo, construindo e comendo o prato de sal juntos. rs...Beijando sapos e bruxas...Adorei esse texto e aprendi muito. bjs

    ResponderExcluir
  17. Meu amigo
    o nosso refúgio é mesmo nosso...




    REFÚGIO


    O meu refúgio
    É algo meu...
    É o meu recanto
    É para me esconder...
    E para o viver...
    E é meu...

    Não o quero partilher...
    Porque o meu refúgio...
    É onde me escondo...
    Onde sonho...
    Onde me tento encontrar...

    Onde sou feliz...
    E... é o meu lugar
    Que é algo meu...
    E que não partilharei...
    Porque é só meu...
    Porque é lá que sonho
    Que sofro, rio e choro...
    Mas que não partilho com ninguém...
    Porque... é só meu!...

    LILI LARANJO

    ResponderExcluir
  18. um beijo grande




    REFÚGIO


    O meu refúgio
    É algo meu...
    É o meu recanto
    É para me esconder...
    E para o viver...
    E é meu...

    Não o quero partilher...
    Porque o meu refúgio...
    É onde me escondo...
    Onde sonho...
    Onde me tento encontrar...

    Onde sou feliz...
    E... é o meu lugar
    Que é algo meu...
    E que não partilharei...
    Porque é só meu...
    Porque é lá que sonho
    Que sofro, rio e choro...
    Mas que não partilho com ninguém...
    Porque... é só meu!...

    LILI LARANJO

    ResponderExcluir
  19. Quando eu era criança, tinha uma vizinha que me tratava tão bem, com tanto carinho, que eu simplesmente confundi as coisas. Na maioria das vezes, sentia raiva quando o namorado dela chegava. Rs.

    Belo texto. Ótima escolha!

    Ah! Obrigado pela visita e o comentário. Espero que voltes dempre.

    Abraços,

    Furtado.

    ResponderExcluir
  20. Na facul! tinha um garoto que eu o seguia, as vezes apenas com meus olhos. Ele era simplesmente Lindo, porém, minhas amigas o achava feio* quando eu o via conversando c/ alguêm tentava disfarçadamente aproximar só para ouvir a voz dele* Ele tinha uma beleza diferente* e eu amava tudo nele - os cabelos, o jeito de vesti, a voz ... Porém, ele nunca soube que o amava, creio que tb nunca percebeu minha presença.

    ResponderExcluir
  21. Acho que o amor platônico serve também como um estágio. Aos dez anos, quando percebemos que nos faz bem, olharmos para aquele coleguinha de classe, sempre sentado no mesmo lugar...
    Ao chegarmos em casa, lembramos do seu perfil, do seu sorriso. Aí vem uma conclusão tímida... estou amando! Isso vai nos alimentar, até que cresçamos. Não contamos pra ninguém, porque é nosso grande segredinho. Depois, esse amor platônico será pelo professor, mesmo que ele seja aquele belo seminarista, que dá aula de religião.
    Verdade seja dita: O amor platônico é volúvel prá caramba!
    Mas quando começamos a namorar, tudo é diferente. A paixão é boa, mas parece punição.

    Ao contrário da autora, eu absolvo o amor platônico.

    Um grande abraço, amigo Wanderley.

    ResponderExcluir

passou por aqui . deixe sua impressão . obrigado

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...