quarta-feira, 15 de abril de 2009

Crepúsculo


Nós perdemos também este crepúsculo.
Ninguém nos viu à tarde com as mãos unidas
enquanto a noite azul caia sobre o mundo.
Vi de minha janela,
a festa do poente nos montes distantes.
As vezes, qual moeda,
acendia-se um pouco de sol em minhas mãos.
Eu te recordava com a alma apertada
por essa tristeza que conheces em mim.
Então onde andarias?
Junto a que gente?
Dezendo que palavras?
Por que me há de vir todo este amor de um golpe
quando me sinto triste e te sinto distante?
Caiu-me o livro que sempre se escolhe ao crespúsculo,
e como um cão ferido rolou-me aos pés a capa.
Sempre, sempre te afastas pela tarde
até onde o crepúsculo corre apagando estátuas.
Pablo Neruda
Wel

Um comentário:

  1. Lindo poema de Pablo Neruda.
    Wanderley, vc visitou a minha Galeria hj, mas eu sou a Renata e não a Marta. Se o recado era para a Marta caiu errado.
    Mas valeu a visita. Obrigada.
    Um abraço,
    Renata Cordeiro

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