terça-feira, 21 de abril de 2009

Restos mortais


O mundo sobrevive insano,
cruel, covarde,
não há saudades, lembraças ou
verdades.
Há restos somente de amor e
maldade.
Sangue na blusa do assassino,
calo nas mãos do coveiro,
lágrimas e voz rouca no jovem
em protesto.
Não dá para apagar o pecado em um
papel velho e traçar novos contornos de
um novo dia,
um sol e uma casinha como
no desenho de criança.
O sabido não mais se queixa e
a idéia de sair correndo não foi minha...
Este mundo de cemitérios e
histórias mortas,
estes restos,
que ao nascer já não se tem vida alguma...
Uma bela maçã, este foi o pecado...
Agora só mutantes vestidos de fantasmas,
Ícaros,
e ao invés de se cair no mar,
caímos nos restos mortais do tempo
com panetes na boca.
Sulla Mino
Wel

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